Para comemorar o dia da Consciência Negra, Enfermeira Cida faz homenagem à Lucinei Cezário e Ana Valéria

29/11/2018

O dia 20 de novembro é comemorado o dia da consciência negra em todo o país. Nesta data Zumbi dos Palmares, o negro que nasceu livre, mas passou a ser escravizado após os seis anos de idade, é homenageado. Para comemorar a data os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande realizaram, na quarta-feira (28), Sessão Solene de outorga da Medalha Legislativa Zumbi dos Palmares. A proposição da solenidade é da vereadora Enfermeira Cida Amaral (Pros).

Durante o evento a vereadora Enfermeira Cida falou sobre a discriminação que os negros ainda passam no dia a dia, e que devem se fortalecer cada vez mais contra o preconceito. “Nós negros e negras devemos lutar diariamente contra o preconceito, que infelizmente ainda está enraizado na nossa sociedade. Mas nós somos fortes, guerreiros e persistentes, não vamos desistir nunca de sermos respeitados sem distinção de cor ou raça. Hoje quero agradecer à todos presentes, muito obrigada por ter aceitado o convite, parabéns aos homenageados. Sei que muitas pessoas que não foram homenageadas fizeram questão de vir esta noite. De uma forma geral, muito obrigada. Sou muito honrada em poder propor esta sessão a todos vocês”, discursou a parlamentar.

Conforme Decreto Legislativo 690/01, que instituiu a Medalha, a homenagem é concedida às pessoas ou entidades que se destacaram no combate a qualquer discriminação ou preconceito, bem como na defesa dos princípios fundamentais do cidadão e na defesa da vida.

“Essa linda homenagem me honra muito. Fico muito orgulhoso e feliz por ver os homenageados. Pessoas que lutam e trabalham nas suas comunidades, promovendo a igualdade racial. Isso é muito importante, e todos têm te reconhecer o trabalho de vocês. Parabéns a todos os ativistas aqui presentes. É muito importante a participação de vocês neste parlamento”, discursou, em home dos homenageados, o subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos da Prefeitura de Campo Grande, Ademar Vieira Júnior.

Para a coordenadora do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial de Mato Grosso do Sul, Vania Lucia Baptista Duarte, a sessão solene reconhece o trabalho não apenas dos homenageados. “Essa sessão solene é muito especial, e que bom que está sendo proposta em um momento importante, para homenagearmos Zumbi dos Palmeiras, nosso herói. O espaço é importante para homenagear os militares do movimento negro, as pessoas que estão no movimento e aquelas que fazem seu movimento onde quer que seja”, afirmou.

Segundo ativista Ana José Alves, ainda há muito que se fazer na busca por igualdade. “São 130 anos pós-abolição. 30 anos da Constituição Federal e, até hoje, lutamos por igualdade, pois a desigualdade está constante na sociedade. Nós, mulheres negras, crianças negras, genocídio da população negra: basta! Não queremos mais. Falamos de igualdade e praticamos perversidade”, discursou

Homenageados:

Lucinei Cezário da Cruz Nantes, é graduada em Serviço Social pela Universidade Católica Dom Bosco – UCDB é acadêmica de direito e trabalha na empresa Águas Guariribas há 6 anos, no setor de projetos sociais. Atua também como presidente do Comitê de Igualdade racial onde desenvolve trabalhos com os colaboradores, debatendo diversos temas considerados polêmicos em relação à questão racial, como nas cotas na educação, racismo, discriminação, dificuldade de acesso da população negra ao mercado de trabalho e até mesmo de tolerância no ambiente interno e social.

Ana Valéria Santos é licenciada em Artes Visuais pela UFMS, especialização em Educação Especial pela UFMS, com foco nos alunos com necessidades especiais, professora efetiva do Estado e do município. Acredita que como educadora é influenciadora de pensamentos críticos e de conscientização sobre vários aspectos sociais e culturais usando sempre os recursos artísticos. Ao desenvolver os trabalhos com os temas indígenas e afro-brasileiros pretende despertar a consciência, a valorização e o respeito, por si, pelo próximo e pela rica cultura brasileira que foi construída sobre os alicerces da cultura negra, indígena e branca.