A convite da presidente da Procuradoria da Mulher, vereadora Enfermeira Cida Amaral (Pros), a Juíza da 3° Vara de Violência Doméstica e Familiar, Dra. Jacqueline Machado, usou a tribuna na Câmara Municipal de Campo Grande, para falar sobre violência doméstica, feminismo e gênero na Sessão Ordinária desta quinta-feira (02).
A frente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, Dra. Jacqueline abordou vários temas a serem discutidos para, no mínimo, amenizar a violência doméstica. “falam muito do feminismo, mas o feminismo não quer dizer combater os homens. Quer dizer que homens e mulheres são iguais. Desta forma, a mulher luta por igualdade, apenas” disse Jacqueline.
Outros pontos importantes foram levantados pela juíza durante a fala. “A mulher busca a igualdade e liberdade, discutir feminismo não ofende a família tradicional. Falta políticas públicas efetivas para defender nossas mulheres. A mulher quer operar e não pode, devido a burocracia e ainda precisa da assinatura do marido. Outro ponto é a gravidez na adolescência, precisamos agir antes. Falta serviços públicos e segurança para atender principalmente a mulher pobre, negra, indígena e a portadora de necessidade especial, precisamos avançar nessas questões de serviços públicos para as mulheres” enfatizou a Juíza.
A Dra. Jacqueline falou também sobre medidas protetivas que muitas vezes, são criticadas. ”A medida protetiva funciona sim, acontece que quando uma mulher pede a medida, ela tem que entender que o homem tem que cumprir, porque as vezes o ex-cônjuge se aproxima para ver os filhos, ou se aproxima da mulher por outros motivos, descumprindo a medida, e a mulher não informa as autoridades que está sendo importunada. A mulher tem que falar, a cada aproximação, ameaça, ligação, mensagem, a mulher tem que informar a polícia” esclareceu.
Para a vereadora Enfermeira Cida, é importante falar sobre a violência doméstica. “A Dra. Jacqueline é minha inspiração, e das mulheres que sofrem todo tipo de agressão, a senhora nos empodera, quando fala de gênero e feminismo. Precisamos falar de gênero para os homens. Queremos que a senhora volte mais vezes nesta Casa para falar de um assunto tão complexo.” Enfatizou Cida.
Jornalista – Maria Pereira