Durante Audiência Pública, vereadora Enfermeira Cida Amaral defende paridade e lamenta violência contra mulheres indígenas

20/04/2018

Na manhã desta sexta-feira (20), a vereadora Enfermeira Cida Amaral (Pros), participou da Audiência Pública realizada na Câmara Municipal para discutir a situação das Aldeias Urbanas de Campo Grande.

A vereadora Enfermeira Cida lamentou a violência contra mulheres e assegurou a necessidade de políticas públicas efetivas. “Fico triste em ouvir que mulheres estão sofrendo, essas mulheres estão sendo oprimidas por homens indígenas, brancos e negros, precisamos ver a nossa paridade, chega de fingir que estamos fazendo políticas públicas afirmativas, está faltando políticas públicas efetivas”, discorreu.

A parlamentar convoca as mulheres para entrarem na vida pública. “Eu quero convidar as mulheres para que tomem o espaço na política, para que assumam aquilo que é nosso, chega de ser coadjuvantes, somos protagonistas. Estou à disposição de vocês.”, finalizou a parlamentar.

De acordo com o Psicólogo Carlos Estoduto, coordenador do livro das Aldeias Urbanas de Campo Grande, a descriminação e a matança dos indígenas ocorrem até hoje. “No Uruguai não tem mais indígenas presentes na sociedade, e espero que através dessa manhã possamos debater de forma pacífica e coesa sobre os desafios futuros e presentes que estamos e iremos enfrentar em relação as nossas aldeias urbanas e nossos indígenas do Mato Grosso do Sul e do Brasil. Estamos aqui para discutir e levantar os problemas e soluções sobre as situações das aldeias urbanas para que possamos cada dia mais melhorar e levantar propostas de projetos futuros em prol das aldeias urbanas”, alegou.

A professora de história, Maria Julia, historiadora do Uruguai lamentou a história dos indígenas em seu País. “Eu tenho tristeza que no meu país mataram todos os indígenas, que Campo Grande seja exemplo para que nenhum indígena seja mais assassinado, que se possa viver em paz, não podemos solucionar 500 anos de injustiça. Estamos aqui para buscar soluções, para falar com todos, são 500 anos de culpa, precisamos ver o que podemos fazer agora para melhorar a situação. Nós brancos temos muito que aprender com os indígenas. Vamos respeitar as diferenças”, defendeu.

De acordo com o Cacique Nito Nelson da aldeia urbana Água Bonita o Dia do Índio não há nada para se comemorar. “O dia 19 é comemorado em todos os lugares, mas eu não aceito essa comemoração, porque não temos vitórias até agora, as demarcações de terras estão paradas, nós também somos produtores, não temos mais mato para coletar”, lamentou.

O coordenador do Conselho dos Indígenas, Elcio Terena afirmou que Mato Grosso do Sul é o estado que mais mata indígenas. “Mato Grosso do Sul hoje tem maior número de índios assassinados, precisamos encarar a realidade”, alegou.

A reunião foi convocada pela Mesa Diretora, com preposição do vereador Chiquinho Telles.

Kayron Rodrigues (com informações de Dayane Parron)