A vereadora Enfermeira Cida Amaral participou na segunda-feira (23), da Audiência Pública que debateu sobre o tema “Fraternidade e Superação da Violência”. Por meio de uma parceria com a Arquidiocese de Campo Grande, a Câmara Municipal realizou audiência pública com o tema abordado na Campanha da Fraternidade de 2018. Vários representantes de segmentos interessados na segurança pública participaram sugerindo políticas de prevenção e combate às mais diversas formas de violência.
De acordo com a vereadora Enfermeira Cida Amaral, segurança pública e educação de qualidade podem fazer a diferença. “Estou certa que deveríamos ter no mínimo, mais segurança no ir e vir de todos e educação de qualidade. Assim poderíamos reduzir o número de presídios com segurança máxima. Assim poderíamos reduzir também a fome, que é uma forma de violência. Que leis são essas, que políticas públicas são essas que não funcionam? Mas, isso parte de mim e de você, quando deixamos de lutar para ver um resultado melhor. Quando nos colocamos no lugar do próximo, entendemos e conseguimos ajudar as pessoas que precisam. Na minha percepção como parlamentar, precisamos trabalhar em prol das famílias, fazendo leis, fiscalizando e fazendo valer nosso trabalho”, concluiu.
Conforme o Padre Agenor Martins da Silva, coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Campo Grande, a violência é uma ação que acompanha o homem desde o princípio. “A violência é algo tão profundo que é também um dos elementos básicos da sagrada escritura. Em todos os livros, em todas as situações a gente encontra a questão da violência bastante aflorada. Não temos a pretensão de eliminar a violência. Superar a violência significa criar métodos para que ela atinja o menor grupo possível de pessoas, ou cause o menor dano possível. Isto é um sonho”, reconheceu.
Para o Arcebispo Metropolitano, Dom Dimas Lara Barbosa, a campanha deste ano aborda a superação de todas as formas de violência. “A campanha tem uma metodologia desenvolvida para associar a fé e a vida. Cada ano a igreja católica aborda um tema relevante para a sociedade. Este ano abordamos a superação de todas as formas de violência”, disse.
De acordo com Fábio Julio Branqueli, do Instituto Desenvolvimento Evangélico, para amenizar os problemas de segurança é preciso prevenção. Branqueli cobrou mais políticas públicas voltada para a juventude. “Não seria uma violência tantos parques sem uma praça para as crianças praticarem esportes? Não seria violência a pequena porcentagem que destinamos à cultura? Acho que nossa violência vai muito além do que pensamos. Prevenção não é onde mais investimentos, infelizmente”, lamentou.
A opinião de dois policiais militares que participaram da audiência: o Major Antônio Neto, que representou a Polícia Militar, e o deputado estadual Cabo Almi, que falou em nome da Assembléia Legislativa é que as mais diversas formas de violência não podem ser encaradas como um problema a ser resolvido unicamente pela segurança pública.
O Major Antônio Neto, representante da Polícia Militar, acredita que a falta de investimentos na área da educação, influência todos os segmentos sociais. “Quando falamos de segurança, não falamos somente em desigualdade econômica, mas também de falta de acesso a bens materiais e imateriais, como lazer e cultura. Também podemos falar de falta de sistemas morais minimamente eficazes. A violência não é somente uma questão policial. Precisamos investir na educação, reduzir a desigualdade social e combater a corrupção”, considerou.
Já a vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Maria Isabela Saldanha, destacou a necessidade de aprovação de um fundo municipal voltado exclusivamente para investimentos na segurança. “Já estamos próximos de nos tornar um narcopaís, pois não há investimento na fronteira. Estamos cobrando, o Prefeito que devolva a esta Casa o projeto que cria o fundo de recursos para a segurança pública para que haja um trabalho resolutivo neste sentido”, defendeu.