Nélia Menezes Tortorelli, responsável pelo Hotel Iguaçu, localizado na região da Antiga Rodoviária que fica no Bairro Amambaí, área central de Campo Grande, reclama do “abandono” por lá. A empresária procurou o gabinete da vereadora Enfermeira Cida Amaral (PODE) para formalizar a insatisfação.
“É muito triste ver uma área nobre, que é o Centro, se perder por falta de iniciativa, seja pública ou privada. Tenho o meu hotel há anos e já vivemos tempos de glória quando o Terminal funcionava, depois da desativação, o local perdeu o ‘encanto’ pelos nossos administradores”, relatou.
Além disso, Nélia ressaltou que faz parte da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotel) e acompanha de perto a situação de muitas pessoas que moram na rua. “O pior erro das pessoas é darem esmolas para estes cidadãos, pois com o dinheiro eles acabam comprando o crack”. A empresária relata que, considera o IPTU alto demais para a região. “Os nossos imóveis depreciaram em pelo menos 50% e a Prefeitura cobra como se fosse o melhor lugar da cidade. Por essas e outras razões pedimos que a vereadora intercedesse por nós”, frisou.
Com a reclamação, a parlamentar Enfermeira Cida deve realizar na próxima segunda-feira (26), a partir das 9 horas, a audiência pública “Recuperação da Região do Antigo Terminal Rodoviário”, no plenário da Câmara Municipal. Dentre os pontos a serem discutidos estão: Efeitos do assistencialismo às pessoas em situação de rua dissociadas de políticas públicas efetivas; Desafios no enfrentamento ao tráfico de drogas e outros crimes na região; Desvalorização imobiliária e valores praticados a título de IPTU; e Sustentabilidade dos negócios na região do antigo Terminal Rodoviária (o que já foi feito e o que ainda será realizado).
“Fiz questão de ir até o local e conhecer de perto a situação destes empresários, moradores e de pedestres da região. É lógico que o local tem problemas, mas cada um tem uma parcela de opinião para ajudar na reconstrução de um lugar melhor e é nisso que eu acredito. Sei que algumas coisas já foram realizadas na gestão passada, mas precisamos colocar às claras o que ainda precisa ser realizado”, apontou a vereadora Enfermeira Cida.
Prédio do Terminal Rodoviário
Os comerciantes que reivindicam a desapropriação do estacionamento subterrâneo e um salão de 2,5 mil metros quadrados, que pertence ao município. Com a entrada das empresas privadas, o local pode fomentar o comércio. Entre 1994 a 2008, por dia pelo menos 500 ônibus circulavam por lá e o fluxo de pessoas ficava em torno de duas mil. Com diversas lojas, o Terminal Rodoviário era um dos espaços comerciais mais procurados da cidade. Atualmente até a rede hoteleira sofre com a falta de público.
O prédio, do atual Centro Comercial Condomínio Terminal do Oeste, foi inaugurado em 1976, e possui mais de 200 lojas. Em 2010, deixou de abrigar o terminal rodoviário da cidade. O local corresponde a 9% da Prefeitura e o restante, 91%, da iniciativa privada.