“Os catadores de recicláveis são a esperança do meio ambiente” declara Enfermeira Cida Amaral em Audiência Pública

2/07/2018

A vereadora Enfermeira Cida Amaral (Pros), presidiu a audiência pública com o tema: “Resíduos Sólidos – Inclusão Social”, realizada na Câmara Municipal de Campo Grande na manhã desta sexta-feira (29). A reunião contou com dois palestrantes que explicaram a importância de políticas públicas para a valorização econômica e social da coleta de lixo realizada por catadores.

Para a vereadora enfermeira Cida Amaral os catadores de materiais recicláveis são a esperança do meio ambiente. “Em muitos países de primeiro mundo, a reutilização e reciclagem funcionam bem. Precisamos garantir a geração de renda dos catadores, isso é uma questão social, precisamos ressuscitar a economia que era ativa nas regiões de aterro sanitário da Capital. Precisamos garantir meios para geração e renda para essas famílias, atrelando isso com a diminuição de lixo no aterro. Os catadores de recicláveis são a esperança do meio ambiente, fazem do lixo o luxo, é uma fonte digna de geração de renda”, finalizou.

A primeira palestrante da audiência,  doutora Juscineia  Serem,  a sociedade tem uma imagem distorcida do catador de lixo. “A  imagem que a sociedade tem do catador é de um ofício degradante, as pessoas têm a ideia de que catar lixo, é o que sobrou para aquela pessoa fazer, queremos dar para o trabalhador a dignidade do trabalho. Tenho a clareza de que já evoluímos muito com a implantação de algumas leis e decretos, mas há alguns pontos para ser regulamentados. Agora cabe ao Executivo Municipal, elaborar um decreto regulamentador para inserir esses catadores no cenário da inclusão social”, defendeu.

Para o segundo palestrante, diretor da empresa Organoeste, Flávio Pereira, o problema da valorização deste profissional não é ausência de leis, mas sim a aplicabilidade correta destas leis existentes.  “Os poderes constituídos não aplicam as leis existentes, isso é triste. A Política Nacional  de Resíduos Sólidos extinguiu os catadores, tirou fora do processo. O descumprimento da lei ou cumprimento da lei errada foi para o lado contrário”, ponderou.

O secretário da Coordenação do Fórum Municipal o Lixo e Cidadania, Luis Carlos Cobalchini ressaltou a importância em falar sobre o assunto. “Este assunto que está sendo debatido hoje é de extrema necessidade, infelizmente, a questão do lixo é associada a nossa desumanidade”, lamentou.

Para o presidente da Cooperativa dos Catadores dos Aterros Sanitários de Mato Grosso do Sul, Daniel Obelardo os catadores precisam de reconhecimento do seu trabalho desenvolvido para a sociedade. “Sou catador e há sete anos trabalho em cooperativas. Todos os catadores querem ter uma vida digna, que possamos ser reconhecidos e valorizados. Com as cooperativas prestamos contas, apresentamos licença ambiental, somos 140 pessoas trabalhando”, contou.

A presidente da Associação dos Aterros Sanitários  de Mato Grosso do Sul, Gilda Macedo reforçou que os catadores realizam um trabalho para sociedade e para o meio ambiente. “Eu estou aqui representando outras cooperativas, somos excluídos e estamos esquecidos. Trabalhamos sob pressão, a partir do momento somos cooperativa, pagamos impostos, e estamos totalmente desassistidos, não temos fomento no nosso trabalho. Estamos preparados para incluir na educação ambiental os catadores, para fazer a coleta seletiva, precisamos que os órgãos públicos olhem por nós, pois, fazemos um trabalho para sociedade e para o meio ambiente”, disse.

“Sou a voz de vocês lá dentro, sou catadora como vocês. A lei de resíduos sólidos não pode ser uma lei vazia”, declarou a coordenadora do Fórum do Lixo e Cidadania, Cleonice Osório.

A gerente de desenvolvimento do Imasul, Elaine Barros defendeu a educação ambiental na sociedade. “Não adianta ter toda infraestrutura para o catador trabalhar se não tivermos um trabalho de educação ambiental na sociedade”, ressaltou.

O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Assistência Social e do Idoso, composta pelos vereadores Enfermeira Cida Amaral (Presidente), Betinho (Vice), Pastor Jeremias Flores, Valdir Gomes e André Salineiro.

 

Os 5 R´s (Repensar, Reduzir, Recusar, Reutilizar e Reciclar)

Repensar – É importante repensar hábitos de consumo e descarte. Será que o que você esta comprando é algo de que realmente necessita? Comprar por impulso também é desperdício! Ao invés de comprar algo novo, você não poderia reaproveitar algo que já tem? O que faz com objetos que não usa mais? Reaproveita ou joga no lixo comum? Como descarta o lixo da sua casa? Separa embalagens, matéria orgânica e óleo de cozinha usado? Joga no lixo apenas o que  não é reutilizável ou reciclável? Essas perguntas devem ser feitas diariamente, com o intuito de repensarmos a maneira como consumimos e descartamos o lixo que produzimos.

Reduzir – Consiste em tentar reduzir a quantidade de resíduos que produzimos, como por exemplo, comprar produtos com maior durabilidade, e evitar trocá-los por qualquer novidade no mercado.

Recusar – se você recusa produtos que prejudicam a saúde e o meio ambiente, contribui para um mundo mais limpo. Prefira produtos de empresas que tenham compromisso com o meio ambiente e sempre fique atento às datas de validade dos produtos. Recuse sacos plásticos e embalagens não recicláveis, aerossóis e lâmpadas incandescentes.

Reutilizar – Procurar embalagens, por exemplo, que possam ser usadas mais de uma vez como garrafas retornáveis de vidro. Ou quem sabe, criar novas utilidades para as que você não precisa mais.

Reciclar – O mais conhecido dos 5 R´s consiste em transformar um produto-resíduo em outro, visando diminuir o consumo de matéria prima extraída da natureza. A reciclagem é muito importante, tanto para diminuir o acúmulo de dejetos quanto para poupar a natureza da extração de recursos naturais.