Vereadora Enfermeira Cida promoveu audiência sobre combate ao feminicídio
Crime foi o que mais cresceu em MS no primeiro quadrimestre de 2019
“Basta de Feminicídio! Todos por Elas”. Foi com esse tema que a vereadora Enfermeira Cida Amaral (Pros), em parceria com o Governo do Estado de MS, que reuniu na noite de ontem (03), na Câmara Municipal de Campo Grande, autoridades, acadêmicos, homens e mulheres da sociedade civil, para uma audiência pública sobre o feminicídio, crime tipificado em 2015, pela Lei Federal 13.104, para classificar o assassinato de mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero.
Na abertura, o Slam Camélias, um grupo de mulheres que usa a poesia para falar de suas vivências em meio à cultura machista, emocionou os participantes do debate. Bruna Oliveira Santos, sobrevivente de uma tentativa de feminicídio e palestrante na Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres de Mato Grosso do Sul, também impactou a todos com sua experiência.
A vereadora Enfermeira Cida Amaral, vice-presidente da Comissão Permanente de Assistência Socia e do Idoso e presidente da Procuradoria Especial da Mulher na Casa de Leis falou que é preciso encerrar o ciclo de violência. “Infelizmente, nossas mulheres estão perdendo suas vidas por causa da cultura machista que assola nossa sociedade. É preciso conscientizar toda a população de que a mulher é dona do próprio corpo, da própria vida e merece ser respeitada como qualquer cidadão. Não podemos mais aceitar que os companheiros e ex-companheiros sintam-se donos das mulheres. Precisamos dar um basta nessa violência”.
De acordo com a subsecretária Estadual de Políticas Públicas para a Mulher, Luciana Azambuja, Mato Grosso do Sul é o quinto Estado com o maior número de registro de feminicídio, sendo que esse foi o crime que mais cresceu no Estado comparando os primeiros quatro meses de 2018 e 2019. “A cada duas horas uma mulher morre no Brasil. Em Mato Grosso do Sul já foram registrados 16 casos de feminicídio nesse primeiro semestre. Não podemos achar que isso é natural ou tolerável. Temos que meter a colher, sim! Precisamos discutir a educação para igualdade, cidadania, precisamos mobilizar também a sociedade civil”, pontuou.
Rose Modesto, deputada federal pelo MS, disse que cada um precisa fazer a sua parte para acabar com a violência e se comprometeu em destinar recurso para contribuir com a luta de proteção à mulher.
A subsecretária da Mulher em Campo Grande, Carla Stephanini, ressaltou a importância de ampliar a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência, levar o atendimento aonde não tem. “Precisamos expandir os serviços que já temos para fortalecer nossa política pública, nossa rede atendimento para que assim, consigamos diminuir cada vez mais esses números de violência”, disse.
A audiência pública fez parte da campanha estadual de combate ao feminicídio, uma referência à Lei Estadual nº 5.202/2018, instituído no do dia 1º de junho para lembrar a morte da jovem Isis Caroline, ocorrida em 2015 e tida como o primeiro caso registrado em Mato Grosso do Sul.
Dados – O Brasil é o 5º País com maior registro de feminicídios, registrando uma mulher morta a cada 2 horas. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Mato Grosso do Sul é o 5º Estado com maior registro casos do Brasil, perdendo apenas para Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Espírito Santo. Somente no primeiro semestre deste ano, já foram contabilizados 16 casos, segundo a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres e, o feminicídio é a única modalidade de crime que cresceu no Estado no primeiro quadrimestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Evllyn Rabelo
Assessoria de Comunicação